[Diário] Lidando com feridas emocionais 🏋🏻‍♂️

22/06/2024 0 comentários

Em fevereiro, prometi voltar a escrever no blog, mas acabei falhando novamente. Nos últimos meses, me dediquei tanto às horas extras no trabalho que comecei a me sentir esgotado mentalmente. Não que o trabalho seja cansativo, na verdade é até tranquilo demais! 

O difícil é lidar com gente todos os dias. Às vezes atendo pessoas tão legais e educadas que dá vontade de ficar conversando por horas, mas em compensação, tem sempre uns que parecem sair de casa só para perturbar.

Essa semana, quando fui acessar a plataforma da faculdade, percebi que estou quase reprovando em várias matérias. Fiquei tão focado no trabalho que acabei deixando de estudar, e agora algumas atividades já não podem mais ser feitas para ganhar pontos, porque o prazo expirou. Ontem entrei em crise de ansiedade ao ver meu boletim online, mas vou me esforçar nesta última semana para evitar o pior (ou seja, a reprovação).


Mas agora vamos falar de algo sério: feridas emocionais. Nunca fui muito popular. Por muitos anos, fui uma pessoa solitária, sem muitos amigos. Sempre que me sentia triste ou estressado, descontava na comida. Isso me levou à obesidade na infância, o que foi bem complicado.

No ensino fundamental, sofri bastante bullying. Chamavam-me de gordo viado, Sr. barriga, baleia assassina, entre outras coisas. No ensino superior foi mais tranquilo, as pessoas eram mais maduras e não ofendiam à toa. Naquela época, poucas pessoas conversavam comigo. Tinha a Noemi, uma garota da igreja super gentil; a Geovana, que tinha combinado de morar em Bruxelas comigo depois do colégio (o que não rolou haha); o Matheus; o Pedrinho, que era mais gordinho que eu e agora está super em forma; e a Larissa, minha web amiga até hoje.

Fora essas pessoas, ninguém conversava comigo e eu fazia de tudo para ser aceito pelos populares. Muitas vezes, emprestava meu caderno para cola ou colocava o nome deles nos meus trabalhos. A verdade é que me humilhei e me desvalorizei por migalhas de atenção.

Até minha época no telemarketing, eu tentava agradar a todos. Às vezes, alguém gostava de algo meu e eu logo presenteava essa pessoa, ficando sem o objeto para agradá-la.

Ao longo dos anos, várias pessoas me decepcionaram. Conheci muita gente que dizia ser amigo(a), mas no momento em que eu dizia não, elas deixavam de falar comigo. Mesmo assim, eu ainda dava uma chance, continuava acreditando e confiando nas pessoas. Mas parei com isso depois que uma antiga colega de quarto, em quem eu confiava muito, foi embora da minha casa enquanto eu trabalhava, levando meu forno e micro-ondas.

Hoje, tenho dificuldade em fazer amigos, pois perdi a confiança nas pessoas. Algumas pessoas do trabalho dizem que às vezes pareço distante e de cara fechada, mas é só meu "mecanismo de defesa". Já me decepcionei tanto que às vezes prefiro nem tentar socializar.

No trabalho, havia uma garota cuja companhia eu apreciava muito. Saíamos juntos para comer pizza, ela ia à minha casa, íamos ao parque juntos, mas havia um problema: ela escondia nossa amizade do namorado. Ele é tão ciumento que não permite que ela tenha amizades com outros homens. Recentemente, ele começou a buscá-la no trabalho, e toda vez que ele aparece, ela simplesmente para de falar comigo e finge que não me conhece. Foi o suficiente para que nossa "amizade" acabasse.



Outro dia, me olhei no espelho da academia e confesso que por um momento não me reconheci. Desde que me tornei adulto, cresci bastante e perdi muito peso, mas não parou por aí. No último ano, cobri meu braço com tatuagens e percebi que estou ganhando músculos e perdendo medidas. Ao me olhar no espelho, não posso negar: gostei do que vi. Pela primeira vez na vida, me senti bonito, completamente diferente do adolescente que fui.


Às vezes, questiono se não estou criando um personagem para demonstrar ser alguém que não sou. Estou tentando me encaixar em um "padrão" que a sociedade impõe e para quê? No que isso irá me beneficiar?

No trabalho, às vezes sou brincalhão para não ficar o tempo todo com a cara fechada (alguns já pensam que sou bipolar haha), mas quando sorrio, muitas vezes é apenas uma forma de esconder minha tristeza.

Sim, eu sou uma pessoa triste.

Victor Cruvinel.
Continue Lendo...

[Diário] Retorno, galinhas e gatinho 🐾

22/02/2024 1 comentários

 Tanta coisa aconteceu desde a ultima vez que apareci por aqui que nem sei por onde começar. Por vários momentos quis voltar a escrever, a ideia estava ali, a vontade também, mas nada acontecia… 

Hoje completa exatamente 10 meses desde a ultima vez que escrevi e muita coisa rolou neste tempo. Foram vários acontecimentos que irei comentar em posts futuros, mas o principal ocorrido foi que a Betty (minha calopsita) faleceu, ela tentou botar um ovo e não aguentou, na mesma semana adotei um gato resgatado chamado Grey.

Recentemente decidi ocupar a minha cabeça com algo que trabalhasse a minha mente e que me deixasse mais feliz, e por que não fazer isso voltando a escrever neste blog? É com uma imensa felicidade que digo: estou de volta! 😃



Depois de 11 meses, finalmente pedi conta do meu emprego no telemarketing, antigamente acordava 5h da manhã todos os dias para pegar um ônibus, ir trabalhar e ser xingado em diversas ligações por pessoas que nem conheço (aquilo estava detonando o meu psicológico).

Hoje trabalho num mercadinho na esquina da minha casa, o ambiente lá é muito agradável, os meus colegas são simpáticos, não tem pressão e nem perseguição igual o meu antigo emprego tóxico.

Terça-feira passada foi a minha folga, aproveitei o descanso para ir comprar ração para o Grey, chegando no Pet Shop me deparei com um casal de galinhas. E o macho… pensa num galão bonito! Como um ex-tutor de aves, confesso que imaginei como seria cuidar de um galo dentro de um apê, mas acho que não daria muito certo não hehe.


Segue algumas fotografias que tirei do bonitão:



Sai de lá com um pacotão de aproximadamente 3kg de ração e voltei para casa, é claro que o Grey mal esperou eu encher o pratinho que já partiu para o ataque, sempre que vou à cozinha ele come, mesmo sem fome (não julgo, faço o mesmo kkkkk).



Estou muito feliz de ter voltado para este cantinho que é muito especial para mim, até o próximo post!
Continue Lendo...

[Diário] Flor de plumeria pudica em dia de casamento 💍

22/04/2023 0 comentários

Hoje acordei me sentindo um pouco para baixo… Geralmente, a primeira coisa que faço quando acordo, é colocar comida para as minhas calopsitas, trocar a água delas e preparar um café bem amargo para mim. Mas hoje quis sair da rotina e fui tomar café da manhã na padaria da esquina perto de casa. Chegando lá mudei de ideia e acabei pedindo 5 pães de queijo para viagem. 

Olhei para o céu e o tempo estava bastante nublado, as ruas estavam vazias e estava fazendo frio. Chegando perto do ponto de ônibus, me deparei com um arbusto de plumeria pudica com várias flores murchas, só tinha uma que estava boa, bem no cantinho e bem longe das outras, que coisa mais bela... Acabei arrancando ela para levar-la comigo ao trabalho.


Dentro do ônibus, fiquei olhando para essa flor por bastante tempo e comecei a lembrar da minha infância, da época que morava com a minha mãe em Goiânia, o nosso quintal era repleto de árvores… árvores para sombra, árvores frutíferas, plantas e flores em todos os cantos. Minha avó que plantou tudo, ela sempre gostou de jardinagem.


Vovózinha <3

Logo em seguida, novamente me veio aquela sensação de tristeza, hoje é o casamento do meu irmão do meio (sou o caçula de 3 irmãos) e infelizmente não poderei comparecer. Mês passado ele me pediu para ser o padrinho dele e eu queria muito, afinal, ele é o meu irmão e eu cresci com ele, mas não posso ir por conta do trabalho, pois entrei recentemente na empresa e já presenciei várias pessoas sendo mandadas embora por faltarem.

O casamento dele irá ocorrer em Goiânia, local onde eu cresci. O que me entristece é que toda a minha família mora longe, quando vim para Uberlândia no final de 2018, foi para morar com o meu pai. E mesmo quando fui morar sozinho em 2020, ainda morava perto dele, até que alguns meses atrás ele se mudou para outra cidade mais longe ainda. Hoje em dia sou independente, porém sempre fui muito próximo da minha família e ficar longe deles é muito ruim.

Eu, mamãe e o meu irmão noivo.

Hoje no serviço só pensava nesse casamento, no meu irmão, nos meus pais e na minha avó, todos iriam se reencontrar, exceto eu. Me senti como aquela flor de plumeria pudia que arranquei e levei para o serviço, bem afastado e isolado das outras flores.
Continue Lendo...

[Diário] Devaneio em dias chuvosos e algumas comprinhas 🌧️

19/04/2023 0 comentários

Alguns dias atrás eu estava em pé no fundo do ônibus em direção ao trabalho, quando fui fisgado num breve devaneio de recordações. Sabe quando você está lá... parado, com ninguém para conversar e acaba sonhando acordado? Isso é algo que me ocorre com bastante frequência, as vezes fico lá... só pensando... lembrando do meu passado, lembrando de quando era criança, das brincadeiras idiotas que fazia com os meus irmãos, quando brincava de cabra cega com os meus primos, ah... velhos tempos que sinto muitas saudades.

Lembro que quando era criança, eu reclamava muuuito da minha vida, das vezes que chegava da escola e minha mãe mandava limpar a casa, ou lavar a louça suja. Eu pensava: "nossa que vida chata, vontade de crescer e mandar no meu próprio nariz", pois é... isso aconteceu e não recomendo.

Não é fácil ser adulto, existe um preço a se pagar ao escolher trilhar pelo caminho da liberdade e independência. Mas ao mesmo tempo é bom, sabe! Fui uma criança/adolescente muito mimada, não tinha que levantar um dedo para nada, minha única obrigação era passar de ano e manter a casa limpa, mas isso estava me atrapalhando a amadurecer de verdade, quando me tornei adulto e entrei para o mercado de trabalho, não queria saber de nada, torrava meu salário como se o mundo fosse acabar amanhã e tinha zero responsabilidades. E sabe qual foi o resultado disso? não dava valor ao meu dinheiro suado, não pensava no dia de amanhã e nem nos imprevistos da vida.

Até que em um belo dia tive que sair da casa dos meus pais e tive um breve choque de realidade, são tantas responsabilidades e dificuldades de uma só vez, mas sabe... isso me ajudou a amadurecer e a enfrentar os desafios da vida. O meu eu de antigamente que só queria saber de assistir Netflix e jogar video game o dia inteiro, jamais imaginaria esse BOOM de amadurecimento na vida...


Hoje a minha tia me convidou para ir no centro, pois ela queria me dar uma calça de presente, o dia estava chuvoso


Quando nós chegamos na loja, ela me ajudou a escolher alguns modelos de calças e isso foi incrível, nunca tive ninguém para me ajudar a escolher uma roupa, a vida inteira, ou ganhava roupas aleatórias da família, ou comprava por conta própria e sem nenhuma companhia.

Acabou que saí da loja com 2 calças e 2 camisas super chique. Não vou mentir, fiquei bastante preocupado... pois sei que as coisas não está fácil para ninguém, mas ela me disse que não precisava me preocupar com nada e que estava tudo sobre controle.

Não sei por que resolvi escrever tudo isso hoje, talvez foi devido aos meus pensamentos e momentos de reflexões, talvez seja pela imensa gratidão que tenho a Deus pela família abençoada que tenho.
Continue Lendo...

Topo