Durante muito tempo, ouvi que o amor era coisa de filme. Que aqueles encontros que mudam tudo, os olhares demorados e os toques que arrepiam a alma só existem nas comédias românticas da sessão da tarde. E, por um tempo, eu acreditei.
Acreditei porque era difícil manter a fé quando o mundo ao redor parecia cada vez mais rápido, frio e descomprometido. Onde tudo vira uma ficada, onde a sinceridade é rara, e as pessoas parecem ter desaprendido a amar. Ou pior: a desejar amar.
Mas o que ninguém me contou é que, mesmo quando o amor parece extinto, ele resiste. Às vezes, ele se esconde em silêncios, em pequenas coincidências, em olhares que duram um segundo a mais do que o normal. E, quando menos se espera, ele aparece. Não com fogos de artifício, mas com um simples bater de asas.
Hoje, estou sentindo algo que há tempos não sentia: borboletas no estômago. E não foi por acaso. Foi depois de tanto desencontro, de tanto “quase”, de tanta busca frustrada. Talvez seja verdade o que dizem: o amor não se procura, se encontra. Ou, quem sabe, o amor vem quando a gente para de duvidar que ele ainda é possível.
Não sei o que vai acontecer daqui pra frente, mas uma coisa eu sei: ainda existe espaço no peito pra sentir bonito. E talvez, só talvez, esse seja o começo de algo leve, sincero e real.
Porque amar, no fim das contas, é ter coragem de acreditar de novo. Mesmo depois de tudo.
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